Emmanuel Macron. "A Europa de hoje deve muito à coragem" dos Capitães de Abril

por Cristina Santos - RTP
Philippe Huguen/AFP

Na mensagem a marcar os 50 anos do 25 de Abril, o presidente francês associa-se aos "amigos em Portugal, aos portugueses em França e a todos os nossos compatriotas de origem portuguesa para celebrar este aniversário, tão importante para a democracia na Europa".

Ao recordar o 25 de Abril de 1974 como o fim “da mais antiga ditadura da Europa Ocidental", Emmanuel Macron aponta os “jovens Capitães de Abril” como “heróis” que “manifestaram a esperança de um povo inteiro na paz e na democracia”. Eles que “nem trinta anos tinham” e a quem “a Europa de hoje deve muito”, uma Europa devedora da “sua coragem”.

Na mensagem, que preenche quase duas páginas, Macron recorda o papel de França, nas décadas de 50 e de 60 do século XX, ao acolher “centenas de milhares de portugueses desterrados pela pobreza, pela violação sistemática dos seus direitos, pela repressão política arbitrária e cruel”.
O presidente francês recorda as “três Marias”, Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, “que de certa forma anunciaram o 25 de Abril”, sublinhando o exemplo que foram na “luta pelos direitos das mulheres portuguesas sob a ditadura”.

Mário Soares, Álvaro Cunhal e Emídio Guerreiro, que “se tinham refugiado” em França, são aqui lembrados por Macron. Para o chefe de Estado francês “desde então, os laços seculares entre Portugal e França voltaram a ser estreitos, fortes e confiantes”.





Para além destas palavras, a mensagem lembra que há meio século “vibrou na rádio portuguesa “Grândola, Vila Morena”, o sinal da insurreição”, um hino de liberdade “gravada em França, em 1971, no Château d'Hérouville”, tendo França “a honra de ter dado asilo” a Zeca Afonso.

A terminar, o agradecimento a Portugal e a certeza de Emmanuel Macron de que os dois países partilham a mesma visão de democracia, liberdade e justiça.

“Devêmo-lo à memória dos Capitães de Abril e ao povo português que, há cinquenta anos, se levantou contra a injustiça e a pobreza e conquistou a admiração da França, da Europa e do mundo com um cravo vermelho na mão. 25 de Abril, sempre! Viva Portugal! Obrigado a Portugal!”

pub